“EU, CIÊNCIA”: PROVANDO QUE OS ANIMAIS SÃO SENCIENTES

Yuri Grecco, proprietário do canal “Eu, Ciência” (Ex “EuAteu”) é um vlogger bastante conhecido no YouTube, e na sua mais recente aparição, alega dar uma resposta a um outro vídeo: “Moral Vegana VS. Veganos” (o qual, por sua vez, já foi rebatido pelo blog O Holocausto Animal).

Ele começa dizendo que o discurso do “compadre” é “bastante coerente e fundamentado” e, logo depois, lança aquilo que viria a ser a premissa fundamental do seu próprio vídeo (clique aqui para assisti-lo):

“Você vai ter que me provar que os outros animais são sencientes. E até agora, surprise [sic], ninguém conseguiu. A gente está criando uma escala de senciência. E até agora a gente não conseguiu incluir nada – absolutamente nada – no nível de senciência do homem.” [1]

Primeiramente, o Yuri não oferece uma definição concreta de senciência. A palavra vem do latim, “sentire”, ou seja, capacidade de sentir. Peter Singer define senciência como a “capacidade de sofrer ou sentir prazer ou felicidade” [2], enquanto que Gary Francione conclui que ser senciente implica no “interesse em não experienciar essa dor” [3]. Deste modo, ser senciente não depende de inteligência ou racionalidade. Esses atributos não podem ser (e não são, conforme demonstraremos mais adiante) critérios para consideração moral de outros seres. Na verdade, acreditar que os animais não podem sofrer por não possuírem (supostamente) a razão, é um pressuposto que retrocede ao século XVII, sendo representado principalmente pela figura de Descartes, que costumava torturar animais vivos em mesas de dissecação, sob a alegação de que eles eram apenas máquinas, meros “autômatos” [4].

Logo adiante, o Yuri comete o equívoco de associar a senciência ao luto e ao entendimento sobre o significado da vida ou da morte, confundindo sapiência com senciência, conforme revela a citação:

“Então eu pergunto: o que é senciência? Você é capaz de me provar, ou um vegano é capaz de me provar, que uma vaca tem um nível de senciência tal, que ela sabe que vai morrer um dia – ela tem essa angústia de que vai morrer e ela sente saudades de entes queridos distantes ou que já morreram; tem rituais fúnebres, depressões, subjetivação do que é a vida, do que é a morte?” [1]

Por um lado, Yuri mostra uma percepção muito rasa de moralidade, uma vez que ignora que o tratamento moral não está atrelado a qualquer capacidade cognitiva, mas sim à capacidade de sofrer (ou seja, à senciência). Prova disso, é a forma como criamos mecanismos especiais de proteção para seres humanos com capacidade cognitiva reduzida, como bebês, idosos senis ou deficientes mentais, justamente por esse déficit cognitivo (temporário ou não) os tornar mais vulneráveis. Marc Bekoff, etólogo Ph.D. e Professor Emérito de biologia evolucionária da Universidade do Colorado, ajuda a desfazer a confusão estabelecida pelo Yuri:

“Algumas pessoas afirmam que animais supostamente mais inteligentes sofrem mais do que aqueles supostamente menos inteligentes, e por isso podemos usar os menos inteligentes em toda sorte de procedimentos invasivos ou abusivos. Não há absolutamente nenhum embasamento científico nessa reivindicação, e de fato, pode ser que o oposto seja verdadeiro, mas nós realmente não sabemos.” [5]

Por outro lado, Yuri demonstra uma inacreditável ignorância no campo da biologia. Conforme também atesta Bekoff (LiveScience, Setembro de 2013):

“O banco de dados sobre senciência animal é robusto, e cresce rapidamente. Cientistas sabem que indivíduos de uma ampla variedade de espécies sentem emoções variando de alegria e felicidade, a luto e stress pós traumático, passando por empatia, ciúmes e ressentimento, e a ciência vem mostrando o quão fascinantes são essas experiências (por exemplo, camundongos, ratos e galinhas demonstram empatia), e inúmeras outras ‘surpresas’ estão emergindo rapidamente.”

Mas o Yuri segue despejando ainda mais ignorância e parcialidade:

“Até agora não tem nada. Tem um manifesto de neurocientistas expondo a sua opinião. Que não trouxe nenhum dado novo. Trouxe só uma forma de refletir sobre isso.” [1]

A Declaração da Consciência de Cambridge, muito mais do que mera opinião, é o reflexo de uma avalanche de evidências científicas que vêm sendo acumuladas ao longo das últimas décadas. Em sua parte principal, a Declaração afirma:

“Animais não humanos têm os substratos neuroanatômicos, neuroquímicos e neurofisiológicos dos estados de consciência, juntamente com a capacidade de exibir comportamentos intencionais. Consequentemente, o peso da evidência indica que humanos não são os únicos a processar os substratos neurológicos que geram a consciência. Animais não humanos, incluindo todos os mamíferos e aves, e muitas outras criaturas, incluindo polvos, também processam esses substratos.” (grifo nosso) [6]

A Declaração de Cambridge, de tão aceita no meio acadêmico, já até ecoou no Brasil, através da Declaração de Curitiba, que, firmada no III Congresso Brasileiro de Bioética e Bem-estar Animal, sob a chancela do Conselho Federal de Medicina Veterinária, atesta que:

“…os animais não humanos não são objetos. Eles são seres sencientes. Consequentemente, não devem ser tratados como coisas”. [7]

Quando cientistas renomados, ainda mais em conjunto, dão declarações públicas, elas não são feitas com base em meras “opiniões”. Algo tão básico foi simplesmente ignorado pelo vlogger. Por exemplo, a World Society for the Protection of Animals (WSPA) criou um site interativo dedicado inteiramente à senciência animal. Os dados estão disponíveis no Mosaico da Senciência.

Helen Proctor [atual doutoranda em uma tese sobre senciência animal], juntamente com seus colegas da WSPA, revisaram mais de 2.500 trabalhos sobre senciência animal, utilizando 147 palavras chave. Eles concluíram: “Evidências da senciência animal estão em toda parte” [8].

Entre 1990 e 2011, também foi identificada uma tendência crescente na frequência de publicações de artigos científicos sobre senciência animal [9].

De fato, evidências da senciência animal são tão onipresentes na literatura científica, que fica até difícil escolher entre um ou outro exemplo para uma catalogação, mas, para o bem do argumento, selecionamos apenas alguns, os quais achamos que o Yuri deveria se dar ao trabalho de ler, antes de fazer o seu próximo vídeo sobre o assunto.

Galinhas sentem empatia pelos seus pares, são inteligentes e compreendem o seu mundo, o que levanta questões preocupantes sobre como elas são tratadas em fazendas industriais [10].
Vacas formam laços sociais e ficam estressadas quando são separadas de seus grupos próximos [11].
Bastam apenas 5 minutos para que uma vaca e o seu bezerro desenvolvam um forte vínculo materno [12], e vaca e bezerro irão manter um relacionamento ao longo de suas vidas, de companhia e contato social [13].
Roedores sentem empatia e compaixão pelos seus companheiros [14, 15], além de apresentarem arrependimento, um comportamento anteriormente pensado ser exclusivamente humano [16].
Peixes sentem dor? Sim, afirma a ciência [17, 18, 19, 20, 21].
Caranguejos não só sentem dor, como também se lembram dela [22].
Evidências crescentes indicam que os humanos não são os únicos a sofrerem com a perda de entes queridos. O luto é vivenciado por espécies tão diversas como gatos, golfinhos e primatas [23].
Elefantes e uma espécie de corvo (magpie) são observados em rituais funerários [24].
Animais se preocupam com o seu bem-estar, e preocupação excessiva e falta de sono e descanso podem ser nocivos [25].
Chimpanzés desenvolvem sintomas de stress pós-traumático e depressão em experiências laboratoriais [26].
Pesquisas com neuroimagem demonstram que cães possuem sentimentos comparados aos de crianças, usando a mesma parte do cérebro humano responsável pelo prazer, quando diante de recompensas [27, 28].
Exames de ressonância magnética revelam que cães utilizam mecanismos mentais semelhantes aos humanos para identificação de vozes com valência emocional, isto é, reagem à tristeza e à alegria como a nossa espécie [29, 30].
A Declaração Universal do Bem-estar Animal [31] e o Tratado da União Europeia [32] reconhecem a senciência animal.

E a lista segue, e segue, e segue…

Mas Yuri continua, dessa vez argumentando que algumas espécies “chegam perto” de nós em “certos parâmetros”:

“Claro que outros primatas […] Golfinhos chegam muito perto. Enfim, alguns animais chegam perto por determinados parâmetros, apenas. Porque vão ter outros parâmetros que nem esses animais vão chegar perto.” [1]

Ao tentar estabelecer um comparativo entre os humanos e alguns dos animais mais inteligentes do planeta, fica claro que esses “outros parâmetros” não se referem à senciência, mas possuem uma relação com características cognitivas específicas. Contudo, na sua ânsia antropocêntrica de colocar o ser humano em um pedestal, Yuri convenientemente se esquece que cada animal foi moldado por milhões de anos de evolução para sobreviver no seu próprio ambiente, e se nós temos algumas características mais desenvolvidas do que outros animais, o oposto também é verdadeiro. Talvez o Yuri consiga amarrar os próprios sapatos ou fazer uma conta de subtração, mas será que consegue se localizar através de ultrassom no breu de uma caverna? Ou farejar uma refeição a quilômetros de distância? Ou correr a mais de 90 Km/h? Ou ficar submerso sem respirar por mais de uma hora? Certamente não, e nenhuma dessas características implica absolutamente qualquer valoração moral. De fato, atribuir tratamento privilegiado a um grupo de indivíduos baseado apenas em características físicas moralmente irrelevantes, é a mais pura definição do racismo, sexismo, e também do especismo, tão explícito no discurso de Yuri.

Conforme explica Bekoff:

“Quando prestamos atenção na sólida teoria evolucionária, a saber: a continuidade evolucionária de Charles Darwin, nós vemos que humanos não são os únicos seres inteligentes, emotivos e sencientes. De fato, trata-se de biologia ruim furtar dos animais não-humanos suas capacidades cognitivas e emocionais e nós não estamos inserindo nada de ‘algo humano’ nesses animais, que eles já não tenham.” (grifo nosso) [33]

Na verdade, o próprio pai da Teoria da Evolução, na sua obra The Descent of Man, and Selection in Relation to Sex (1871) afirma que “não há diferenças fundamentais entre o homem e os animais nas suas faculdades mentais […] os animais, como os homens, demonstram sentir prazer, dor, felicidade e sofrimento”. [34]

Conhecido também por ser um fervoroso defensor da experimentação animal, a postura de Yuri revela ainda um gritante paradoxo lógico, ao defender em um só fôlego, a exploração dos animais baseado nas semelhanças físicas entre eles e os humanos, e, logo em seguida, defender a moralidade da exploração baseado em que os homens e animais são fisicamente diferentes.

Como se não bastasse essa contradição lógica e a sua esquizofrenia moral, ele ainda acredita que está isento dos encargos éticos ao consumir animais de criações “humanitárias” ou “orgânicas”:

“Eu faço o que eu posso. Sempre que eu consumo frango ou ovos, por exemplo, eu compro free range. Sempre que eu como peixe, eu compro de piscicultura. […] Você vai me dizer que um peixe é senciente?” [1]

Nessa frase o vlogger entrega mais uma contradição do seu discurso: se ele parte do pressuposto de que as outras espécies não possuem senciência, ou a possuem em um grau tão baixo a ponto de podermos tratá-las como objetos, logo, criações “humanitárias” não fariam nenhum sentido. Mesmo assim, rótulos humanitários como “free range”, já foram amplamente desmascarados como sendo mera propaganda enganosa da indústria pecuária e de laticínios.

Mas a ignorância não para por aí. Além de negar a senciência dos peixes (vide referências), ao dizer que sempre compra de piscicultura, Yuri revela um profundo desconhecimento sobre esse método de criação, cuja crueldade e severos danos ambientais associados, são de amplo e notório conhecimento.

Enfim, os fanboys do Eu,“Ciência” frequentemente justificam a sua própria devoção argumentando que o Yuri tem um background em biologia. Se esse for o caso, finalizamos com a seguinte pergunta: que tipo de profissional ignora um vasto e universalmente reconhecido corpo de evidências científicas pertencentes ao próprio ramo do conhecimento no qual é formado, negando até mesmo preceitos básicos encontrados na própria Teoria Evolucionária de Darwin? Deixamos a resposta por conta do leitor.

“O argumento de que os animais, apenas por sê-los, estão na categoria de ‘coisas’ não se sustenta por si, já que se baseia em um dogma puro e simples, não raro de origem metafísica, como a maioria dos dogmas. Basta lembrar que, há não muito tempo atrás, pessoas negras também eram vistas como ‘coisas’ e comercializadas livremente, com o aval da lei.”
– Eduardo Perez Oliveira, Juiz de Direito. [35]

Artigo produzido em coautoria por: Marcos Fêo Spallini e Pedro Abreu

Referências

[1] Re: Moral Vegana Vs Veganos.

[2] SINGER, Peter; XAVIER, Alice. Vida ética: os melhores ensaios do mais polêmico filósofo da atualidade. Ediouro, 2002, p. 54.

[3] Francione, Gary L. Introdução aos Direitos Animais. Editora da UNICAMP, 2013, p. 42.

[4] ROCHA, Ethel Menezes. Animais, homens e sensações segundo Descartes. Kriterion: Revista de Filosofia, v. 45, n. 110, p. 350-364, 2004.

[5] BEKOFF, Marc. Are Pigs as Smart as Dogs and Does It Really Matter? Psychology Today, 29 de julho, 2013.

[6] LOW, Philip et al. The Cambridge Declarationon Consciousness, In: Francis crick memorial conference on consciousness in human and non-humananimals. Universidade de Cambridge, Cambridge, Inglaterra, 07 de julho de 2012.

[7] COSTA, Alberto Neves et al. III CONGRESSO BRASILEIRO DE BIOÉTICA E BEM-ESTAR ANIMAL; Senciência e Bem-Estar Animal – Expandindo Horizontes. Curitiba, PR – Brasil, 05 a 07 de Agosto de 2014.

[8] PROCTOR, Helen S.; CARDER, Gemma; CORNISH, Amelia R. Searching for Animal Sentience: A Systematic Review of the Scientific Literature. Animals, v. 3, n. 3, p. 882-906, 2013.

[9] BEKOFF, Marc. After 2,500 Studies, It’s Time to Declare Animal Sentience Proven, LiveScience, 06 de setembro, 2013.

[10] SMITH, Carolynn L.; ZIELINSKI, Sarah L. The Startling Intelligence of the Common Chicken. Scientific American, v. 310, n. 2, fevereiro de 2014.

[11] MCLENNAN, Krista Marie. Social bonds in dairy cattle: the effect of dynamic group systems on welfare and productivity. Tese de Doutorado, Universidade de Northampton, 2013.

[12] FLOWER, Frances C.; WEARY, Daniel M. Effects of early separation on the dairy cow and calf: 2. Separation at 1 day and 2 weeks after birth. Applied Animal Behaviour Science, v. 70, n. 4, p. 275-284, 2001.

[13] STOOKEY, Joseph M.; HALEY, Derek B. The Latest in Alternate Weaning Strategies. Department of Large Animal Clinical Sciences, Western College of Veterinary Medicine, 2002.

[14] LANGFORD, Dale J. et al. Social modulation of pain as evidence for empathy in mice. Science, v. 312, n. 5782, p. 1967-1970, 2006.

[15] BARTAL, Inbal Ben-Ami; DECETY, Jean; MASON, Peggy. Empathy and pro-social behavior in rats. Science, v. 334, n. 6061, p. 1427-1430, 2011.

[16] STEINER, Adam P.; REDISH, A. David. Behavioral and neurophysiological correlates of regret in rat decision-making on a neuroeconomic task. Nature neuroscience, v. 17, n. 7, p. 995-1002, 2014.

[17] BRAITHWAITE, Victoria. Do fish feel pain?. Oxford university press, 2010.

[18] BEKOFF, Marc. Fish do fell pain: Yes, they do, science tell us. Psychology Today, 23 de abril, 2010.

[19] SNEDDON, Lynne U. The evidence for pain in fish: the use of morphine as an analgesic. Applied Animal Behaviour Science, v. 83, n. 2, p. 153-162, 2003.

[20] HUNTINGFORD, Felicity A. et al. Current issues in fish welfare. Journal of fish biology, v. 68, n. 2, p. 332-372, 2006.

[21] Fish and pain – do fish fell pain?

[22] BARR, Stuart et al. Nociception or pain in a decapod crustacean?. Animal Behaviour, v. 75, n. 3, p. 745-751, 2008.

[23] KING, Barbara J. When Animals Mourn. Scientific American, v. 309, n. 1, junho de 2013.

[24] BEKOFF, Marc. The animal manifesto: Six reasons for expanding our compassion footprint. New World Library, 2010.

[25] BEKOFF, Marc. Do Animals Worry and Lose Sleep When They’re Troubled? Nonhumans can be worrywarts and stress out and be anxious about many things. Psychology Today, 24 de abril de 2013.

[26] FERDOWSIAN, Hope R. et al. Signs of mood and anxiety disorders in chimpanzees. PLoS One, v. 6, n. 6, p. e19855, 2011.

[27] BERNS, Gregory S.; BROOKS, Andrew M.; SPIVAK, Mark. Functional MRI in awake unrestrained dogs. PloS one, v. 7, n. 5, p. e38027, 2012.

[28] BEKOFF, Marc. The emotional lives of animals: A leading scientist explores animal joy, sorrow, and empathy-and why they matter. New world library, 2008.

[29] ANDICS, Attila et al. Voice-Sensitive Regions in the Dog and Human Brain Are Revealed by Comparative fMRI. Current Biology, v. 24, n. 5, p. 574-578, 2014.

[30] FARAGÓ, Tamás et al. Humans rely on the same rules to assess emotional valence and intensity in conspecific and dog vocalizations. Biology letters, v. 10, n. 1, p. 20130926, 2014.

[31] Universal Declaration on Animal Welfare, UNESCO, 15 de outubro, 1978.

[32] EUROPEIA, União. Consolidated versions of the Treaty on European Union and the Treaty on the functioning of the European Union. Jornal Oficial da União Europeia, 2007.

[33] BEKOFF, Marc. Are Pigs as Smart as Dogs and Does It Really Matter?. Psychology Today, 29 de julho, 2013.

[34] DARWIN, Charles. The Descent of Man, and Selection in Relation to Sex, v.1, 1871, p. 35-39.

[35] OLIVEIRA, Eduardo Perez. Tendências: UNS BEAGLES E UMBIGOS (RE)PENSADO O VALOR DA DIGNIDADE DA VIDA; Revista Jurídica Consulex, edição 415, p. 50, maio de 2014.

Fonte: https://oholocaustoanimal.wordpress.com/2014/12/04/resposta-ao-eu-ciencia-provando-que-os-animais-sao-sencientes/<i\><b\>

COMPARTILHE:Share on Facebook
Facebook
Tweet about this on Twitter
Twitter